No Brasil, a morte materna se caracteriza como um grave problema de saúde pública. Conforme dados coletados pela Organização Mundial de Saúde, no ano de 2021, cerca de 830 mulheres morrem todos os dias por causas evitáveis que estão diretamente relacionadas à gravidez e ao parto¹. Diante desse pressuposto, cabe avaliar, existem maneiras para evitar o aumento crescente da mortalidade materna?
Segundo o Manual dos Comitês de Mortalidade Materna, o termo “Mortalidade Materna” se refere a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação. Entre as principais causas da morte materna estão as hemorragias, as infecções, os abortos inseguros, a eclampsia e parto distócico.
Sabe-se que, a ausência de acompanhamento pré-natal e da avaliação de risco incidem em uma maior probabilidade desses agravos e complicações, aumentando assim o índice de morte materna. Frente a isso, a assistência ao pré-natal adequada e de qualidade se faz extremamente importante, visto que, é por meio do pré-natal de qualidade que se proporciona a prevenção e a promoção da saúde da gestante, com a identificação precoce de complicações e o tratamento adequado de doenças maternas, que podem vir a surgir na gestação, além de preparar a gestante para o parto e o puerpério, com informações e exames necessários.
A primeira consulta do pré-natal deve ser realizada até a 12ª semana da gestação, a partir desse momento, as consultas se tornam mensais até a 28ª semana, da 28ª a 36ª serão quinzenais e da 36ª até o parto, serão semanais. A gestante deve realizar no mínimo 6 consultas, e as mesmas podem ser intercaladas entre os profissionais médicos e enfermeiros. Além das consultas, a gestante também deve realizar os exames laboratoriais necessários, tendo sempre como objetivo proteger e cuidar não somente da sua saúde, mas também de seu bebê. Além dos exames laboratoriais é importante que a gestante mantenha o seu calendário vacinal em dia.
É muito importante também, que em conjunto com o acompanhamento pré-natal, sejam realizadas consultas com o profissional nutricionista, o mesmo deve passar uma dieta com o foco de suprir as necessidades nutricionais da gestante e de seu bebê, prevenindo assim complicações futuras.
Para evitar a mortalidade materna a prevenção é a realização de um pré-natal de qualidade, com equipe multidisciplinar e o companheiro é bem-vindo nesta jornada.
Texto por Vitória Sousa da Silva (Acadêmica de enfermagem - 7º período)
Fontes
1. Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo. 17 de setembro, dia mundial da segurança do paciente. Notícias SOGESP [Internet]. Disponível em: https://www.sogesp.com.br/noticias/17-de-setembro-dia-mundial-da-seguranca-do-paciente/?utm_campaign=SOGESP&utm_content=17 + de + setembro%2C + Dia.
2. ALMEIDA, C.P.F; ARAUJO J.I.F; et al. Assistência ao pré-natal no Rio Grande do Norte: acesso e qualidade do cuidado na atenção básica. Ciência Plural, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/22151/14658.
3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual dos Comitês: Mortalidade Materna. Brasília, DF, 2007. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/comites_mortalidade_materna_3ed.pdf
4. ASSIS A.I.F; SANTANA V.S. Ocupação e mortalidade materna. Rev Saúde Pública, 2020, p.54. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/172495/162051
5. PACAGNELLA, R.C; et al. Mortalidade Materna no Brasil: propostas e estratégias de redução. Rev Bras Ginecol Obstet 2018; 40(09): 501-506. Disponível em: https://www.thieme-connect.de/products/ejournals/html/10.1055/s-0038-1672181
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